15 de março de 2016

03.03.2016

Sinto-me inútil. Completamente imprestável. Talvez colocando isso no meu currículo alguém possa valorizar, afinal, é o que me resta e não há nada mais que possa ser tirado de mim. De que adiantar continuar chorando se ninguém vai entender que não existe motivo ? De que adianta tentar fingir um sorriso se ninguém o pede ? Adianta querer fazer a diferença quando ninguém sequer nota sua presença ou sua voz ali ?

Sinto-me fraca. Não tenho onde me esconder. O buraco que eu estou cavando não não é nem um pouco fundo e eu já não consigo mais me mover de tão limitada que sou. Ninguém pode ajudar porque estão cavando o próprio buraco, e são egoístas demais para sair deles. Ali é onde encontram conforto e paz, e ali é onde permanecerão. É difícil pensar que tem um mundo em volta e não posso nem pisar fora do meu quarto.

Sinto-me sozinha. Queria tanto saber como lidar com tudo, com todos, queria ser a dona do mundo todo. Mas tenho medo. De destruir tudo, de fazer tudo cair, medo do que as outras pessoas são capazes de fazer para tirar o que é meu. Tenho medo do orgulho, da herança, da responsabilidade, do adulto, do mundo, de tudo. Tenho medo de querer ser boa e e ser enganada, tenho medo de estar cercada de flores e descobrir que são espinhos gigantes. Tenho medo de olhar para frente e não conseguir enxergar o que eu tanto lutei para conseguir. Tenho medo de viver e não valer a pena.

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