22 de abril de 2016

My days without him.

Estou desesperada. Já não durmo mais, já não me concentro como antes, me falta uma razão pra ir, me falta um motivo pra continuar, me falta uma palavra pra dizer, me falta um gesto pra voltar. Meus arrepios de medo são constantes e, a cada minuto que passa, tudo fica ainda mais sem sentido. A cor cinza é tudo que posso ver além da luz do sol quente, que me cega por instantes e me faz voltar àquela vontade, àquela saudade, do último dia de chuva, do último dia de alegria.
 

Estou desamparada. Quem poderia ocupar um lugar insubstituível, reservado pra sempre até que o dono chegue? 

Quem poderia substituir promessas feitas, sonhos materializados, lugares marcados e memórias inesquecíveis? 

Quem seria corajoso de tomar um lugar que não pertence a mais ninguém a não ser a ele? 

Quem poderia ousar tomar o meu amor, o meu coração, que sempre foi dele? 

Quem seria louco de tentar me distrair quando tudo que eu penso é sobre ele?

Estou acabada. Há tanto tempo não tenho a mesma inspiração e não sei de outro jeito pra fazer com que ela volte. É como se tivessem arrancado de mim tudo aquilo que eu precisava pra pensar, pra juntar palavras, pra escrever as mais belas rimas, que em mim já não habitam mais. Quem será eu quando tudo isso acabar? Como pensar em qualquer outra coisa quando tem a única coisa que faz sentido não é mais minha? Quem será eu depois desse texto?
 

Estou nervosa. Ansiosa. Enérgica. Roendo unhas. Tirando cada pedaço de pele que posso. Estou no aguardo, do dia em que o verei outra vez, do momento em que finalmente vou voltar a sorrir e a inspiração vai pairar, da hora em que tudo isso vai acabar e eu vou poder parar de chorar. Estou no aguardo do próximo capítulo, e que ela o traga de volta pra mim.

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