5 de maio de 2016

Um Dia.


Era só mais um dia comum na cidade e ela ainda amava, ainda via o azul do céu por cima da camada branca de neblina que cobria o calor do sol, da janela suspirava, lentamente admirava toda a poluição na paisagem; pensava até em pintar, em escrever, em cantar, qualquer coisa que a fizesse lembrar do por quê amava. Ela tentou, negou, ligou, procurou e não achou a resposta. "Um dia eu descubro", pensou ela. 
E então ela sonhou. Com a brisa nos cabelos, viu um sinal, uma sombra, uma forma que logo criou cor, altura, desejo, saudade, distância... Ela acordou. Assustada, pálida, confusa, mas tinha enfim encontrado a resposta. Ela desde o início sabia, mas queria ter a certeza do que era real, do que era fantasia, do que era amor e do que um dia se foi.
Ela sorriu. Não entendeu, apenas sorriu. Não hesitou, decidiu não parar. Não insistiu, se arrependeu. Não voltou, apenas sorriu. Sobreviveu por um dia e outro, e outro, e outro... E todos os outros. Ela aprendeu a viver, a dar um passo de cada vez, aprendeu que não é fácil consertar um coração mas, que com um pequeno esforço as memórias ficam guardadas e quietas num cantinho especial da mente que só vai ser acionado quando ela pedir. 
Ela aprendeu que não há quem seja perfeito, não há quem dure para sempre, não há vida que dure se não for vivida. Quem sabe um dia ela não deixa tudo para trás e recomeça... Quem sabe ela não volta a ser feliz.

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